AMELIA TOLEDO

 
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No início dos anos 1960, Amelia Toledo parte do estudo do espaço escultórico de raiz construtiva, e realiza curvaturas em elementos geométricos regulares. Explora também as possibilidades oferecidas pela superfície espelhada do aço inoxidável. Por meio do jogo de reflexos, a multiplicação das superfícies é potencializada, e o espaço desdobra-se em um jogo de ressonâncias, aproximando-se da arquitetura.

Em 1968 bolas transparentes que viraram as Bolas-bolhas, e os discos duplos que enchia com ar e líquidos tensoativos coloridos que viraram os Moving Fields, um objeto utilitário. O espumante libera a tensão superficial da água no espaço criado entre o ar e o recipiente inflável: a bolha é água livre de tensão. Neste mesmo ano veio também Gluglu em vidro soprado, contendo as bolhas, lembrando uma ampulheta.

 Em Situação Tendendo ao Infinito (1971), Toledo basea-se na geometria, empregando um cubo de formas cristalinas que é dividido em oito cubos menores e assim sucessivamente. A obra faz um convite à manipulação - pode ser desmontada e remontada em várias configurações.

Amelia Toledo apresenta, desde a década de 1970, uma produção baseada nas formas da natureza. Recolhe e coleciona materiais como conchas e pedras, sobre as quais age minimamente. A paisagem também é uma constante, exemplificada em obras como Fatias de Horizonte (1996), na qual anteparos com chapas de aço recriam a ilusão visual da linha do horizonte, envolvendo questões como continuidade e descontinuidade. O caráter experimental, a utilização de uma extensa gama de materiais - da natureza e industriais - e o interesse em recriar a paisagem são, portanto, recorrentes na obra da artista, que se dedica também à pintura a óleo e aquarela, em obras geralmente monocromáticas, com sutis vibrações luminosas.

Conheça a edição Amélia Toledo para A 55SP

A 55SP lança no dia 10 de maio uma edição limitada da icônica escultura em vidro e líquido com tensoativo “Glu-Glu”, de Amelia Toledo (1926-2017) criada no final dos anos 60, uma das mais celebradas invenções da artista.

A obra em formato de ampulheta ou chocalho traz em seu interior um líquido espumante e quando manuseada ou chacoalhada, forma bolhas que mudam a cada nova interação. A proposta da artista era justamente criar essa relação tátil entre corpo e a obra. O nome é uma onomatopeia do som que a água faz ao passar de uma esfera para a outra.

A obra “Glu-Glu “, que completa hoje 50 anos de existência foi mostrada pela primeira vez no Rio de Janeiro em 1968 e já esteve presente na Bienal de Arte de São Paulo e em outras exposições pelo mundo. A obra foi concebida por Amelia Toledo para ser um múltiplo e ganha uma edição certificada e assinada de 50 exemplares. 

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In the early 1960s, Amelia Toledo began her study of the sculptural space of a constructive root, and performed curvatures on regular geometric elements. She also explores the possibilities offered by the stainless steel mirror surface. Through the play of reflexes, the multiplication of surfaces is enhanced, and space unfolds in a game of resonances, approaching architecture.

Em 1968 bolas transparentes que viraram as Bolas-bolhas, e os discos duplos que enchia com ar e líquidos tensoativos coloridos que viraram os Moving Fields, um objeto utilitário. O espumante libera a tensão superficial da água no espaço criado entre o ar e o recipiente inflável: a bolha é água livre de tensão. Neste mesmo ano veio também Gluglu em vidro soprado, contendo as bolhas, lembrando uma ampulheta.

In Situação Tendendo ao Infinito (1971), Toledo bases her work on geometry, employing a cube of crystalline forms that is divided into eight smaller cubes and so on. The work invites manipulation, for it can be disassembled and reassembled in various configurations.

Since the 1970s, Amelia Toledo showcases a production based on forms of nature. By gathering and collecting materials such as shells and stones, on which the artist acts minimally upon. The landscape is also a constant, exemplified in works such as Fatias do Horizontes (1996) (“Slices of the Horizons”), in which steel plate screens recreate the visual illusion of the horizon line, bringing into perspective issues such as continuity and discontinuity. The experimental character, the use of a wide range of materials - of nature and industrial - and the interest in recreating the landscape are therefore recurrent in the works of the artist, who also dedicates herself to oil painting and watercolor painting in generally monochromatic works with subtle luminous vibrations.

Get to know Amélia Toledo's edition for 55SP

55SP launches on May 10 a limited edition of Amelia Toledo's (1926-2017) iconic glass and liquid sculpture with tensioactive "Glu-Glu" created in the late 60's, one of the artist's most celebrated inventions.

The piece in the shape of an hourglass or rattle, brings in its interior a frothy liquid and when handled or shaken, it forms bubbles that change with each new interaction. The artist's proposal was precisely to create this tactile relationship between body and work. The name is an onomatopoeia of the sound that water makes when passing from one sphere to another.

The work "Glu-Glu", which completes 50 years of existence was first shown in Rio de Janeiro in 1968 and has been present at the São Paulo Art Biennial as well as other exhibitions around the world. The work was conceived by Amelia Toledo to be a multiple and won a certified and signed edition of 50 copies.

 
GLU-GLU
R$28,000.00

Item Vidro, agua e espumante

Dimensão 28 x 16 cm

Ano 1968/2018

Edição 50 | numerada | acompanha certificado

Edição limitada da icônica escultura em vidro e líquido com tensoativo “Glu-Glu”, de Amelia Toledo (1926-2017) criada no final dos anos 60, uma das mais celebradas invenções da artista. n nA obra em formato de ampulheta ou chocalho traz em seu interior um líquido espumante e quando manuseada ou chacoalhada, forma bolhas que mudam a cada nova interação. A proposta da artista era justamente criar essa relação tátil entre corpo e a obra. O nome é uma onomatopeia do som que a água faz ao passar de uma esfera para a outra.

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Currículo e dados sobre vida e trabalho

  • 1926 –  Nasce em São Paulo, Brasil.

  • 1943 –  Realiza jóias e objetos de conceito construtivo. Pratica projeto com Villanova Artigas. Casa-se e vai morar em Londrina, Paraná.

  • 1951/1953 – De volta a São Paulo, nascem os filhos Ruth e Moacyr.

  • 1957 –  Exposição individual na Galeria Ambiente, São Paulo.

  • 1958 –  Estabelece-se em Londres. Viaja à Escandinávia, Holanda, Alemanha, França e Portugal. Estuda com William Turnbull. Produz colagens, transparências, objetoscinéticos e a série “Gênesis” (livro de artista).

  • 1960 –  Retorna ao Brasil. Produz colagens, gouaches, gravuras em metal (águas tintas) e jóias cinéticas. Exposição individual na Galeria Ambiente, São Paulo.

  • 1961 – Exposição individual na Oca, Rio de Janeiro

  • 1962 –  Muda-se com a família para Brasília onde obtém o grau de Mestre em Artes e integra o quadro docente da Universidade de Brasília.

  • 1963 –  Participa da 7ª Bienal de São Paulo (Menção Honrosa).

  • 1965 –  Exilada com a família por motivos políticos, reside em Lisboa onde trabalha em ensino e produção de arte. Participa da 8ª Bienal de São Paulo.

  • 1966 –  Produz “Mundo de Espelho” e “Espaço Elástico I” múltiplos em aço inox.

  • 1967 –  Leciona na Faculdade de Arquitetura do Mackenzie. Produz “Espaço Elástico III,  IV e V” e “Caixas I e II” premiadas na 9ª Bienal de São Paulo (Prêmio Cosme Velho e Prêmio Petite Galerie). III Salão de Arte Contemporânea, Campinas, SP (Prêmio Prefeitura de Campinas).

  • 1968 –  Realiza a série de 50 diferentes “Esferas hápticas” em resina poliéster e vários objetos lúdicos e sensoriais: “Moving Fields”, “Glu-glu”, múltiplos que utilizam materiais variados como plástico, vidro, espumas e aço inoxidável.

  • 1969 – Exposição individual na Galeria Bonino, Rio de Janeiro.

  • 1970 –  Produz a série de “Poços”: o “Poço”, o “Poço da Memória” e a “Paisagem Brasileira”; a série “A Onda” ou “A Piscina Refrescante pode ser um Abismo” Resumo JB – MAM RJ (Melhor exposição do ano).

  • 1971 –  “Brazilian Landscape” – 11th Bienal of Middleheim, Bélgica.

  • 1972 – Projeta “Situação → infinito” (projeto para brinquedo) e os “Baixo Falantes”. “Homenagens e Dedicatórias” – MAC USP  e“Jovem Arte Contemporânea – JAC” –  MAC USP.

  • 1973 –  Produz serigrafias e litografias que iniciam a série “Emergências”, impressões do corpo humano com moldagens em gesso, concreto, fibra de vidro, metal e borracha tais como os “Limites do Dentro”, moldagens em resina transparente, o  “Cheio do Oco” em borracha de silicone, “A Pegada da Onça” e o “Objeto Museológico”.

  • 1974 –  Muda para o Rio de Janeiro onde reside durante seis anos. Neste período, realiza  “Sim Senhora”, filme 16mm, e completa a série das “Emergências”.  Produz trabalhos sobre o quotidiano e a política do corpo.

  • 1975 –  Viaja ao longo das praias coletando resíduos do mar.  Produz estudos sobre a natureza, trabalhos de poesia visual e trabalhos gráficos além de textos e  crônicas sob o título genérico: “Notícias de Longínquos Mares & Matos, das Surpresas e Ocultas Ameaças que Neles Há & da suas Estranhas Reservas” incluindo desde “A Pegada da Onça” e A Estoria de Onça” às “Crônicas dos Gentios Visionários” (comentários sobre a arte e os artistas) para a revista GAM. Participa do “Panorama da Escultura” – MAM SP.

  • 1976 –  Produz “Gambiarra”, “Paisagens”, “Arquivos de Achados”, “O Avesso da sua  Orelha”, “Limites do Dentro”, “Frutos do Mar” e “Micropêndulos”. Produz aquarelas “Caligrafias” resultado da observação de conchas e caramujos. Exposição individual “Emergências” – MAM RJ.

  • 1980 –  Volta a residir em São Paulo e completa a série de trabalhos do mar.

  • 1981 – Participa do Panorama da Escultura” – MAM SP.

  • 1982 – Exposição individual “Frutos do Mar” – Galeria Paulo Figueiredo, São Paulo.

  • 1983 – Exposição individual “Frutos do Mar”- Funarte – RJ e participa da 17ª Bienal de São Paulo.

  • 1984 –  Retoma a pintura com As Ordens ao Acaso”, pintura acrílica policrômica. Exposição individual na Galeria Luiza Strina;Realiza a série dos “Fiapos”, trabalhos em papel. Participa das exposições “Panorama do Papel” – MAM SP  e “Tradição e Ruptura” – Bienal de São Paulo.

  • 1985 –  Inicia pinturas monocrômicas em resina acrílica e pigmentos sobre juta: campos de energia cromática.  Cria grandes painéis com pinturas justapostas em diversas variações tonais, os “Teclados”, “Claves de Azul”, etc… Participa das exposições  “Destaques da Arte Contemporânea” – MAM SP e “Brasilidade e Independência” – MCB SP.

  • 1986 – Exposição individual “Pintura” – Espaço Capital, Brasília; MARGS, Porto Alegre.  Exposição individual “Fiapos” – Galeria Tina Presser, Porto Alegre.

  • 1987 – Participa da 19ª Bienal de São Paulo.

  • 1988 –  Estuda as energias sutis de cores, pedras, cristais, e outros materiais.  Inicia a série de esculturas pintadas “Cortes na Cor” e “Pífanos Enlouquecidos”. Participa do “Panorama da Pintura” – MAM SP.

  • 1989 –  Exposição Individual Pintura e Escultura – Galeria Espaço Capital, Brasília; Participa do “Panorama da Pintura” – MAM SP.

  • 1990 –  Desenvolve o projeto “Cortes na Cor” recebendo a Bolsa Vitae.  Constrói a instalação “Oceânico” (juta pigmentada em 22 tons de azul) – SESC Pompéia SP. Inicia a série dos “Indícios de Sinergia” com “Luzango I”.

  • 1991 – Exposição Individual “O Todo na  Parte” – Museu da Fundação Gulbenkian, Lisboa. Prossegue com as séries de aquarelas “Ideogramas do Acaso” que expõe juntamente com pinturas na Galeria Paulo Figueiredo, São Paulo.

  • 1992 –  Realiza nova pintura sobre linho e juta.  Desenvolve planos para a exposição do MASP.  Projeta as “Sete Ondas” e novas idéias para os “Indícios de Sinergia”.  Constrói, com apoio das Indústrias Villares e de outras empresas, “O Grande Labirinto de Azul”.

  • 1993 –  Com apoio da Acesita, constrói as esculturas que integram a mostra “Caminhos para Olhar” – MASP, uma visão panorâmica de 40 anos de produção artística em 2000m² de exposição. Neste mesmo ano, realiza o painel “Festa” para o SESC Ipiranga SP e participa das exposições “Ultramodern Brazil”, Washington e “Brasil, Segni D’Arte” em Veneza, Milão e Florença. Viaja aos Estados Unidos e Alemanha.

  • 1994 –  Mostra esculturas e nova versão das “Sete Ondas” na exposição individual “Estação Amelia” – Centro Cultural São Paulo.Realiza a exposição individual da série  “Lightweight” – BACI, Washington, DC.

  • 1995 –  Reedita os “Moving Fields”, porta-copos e toalhas plásticas de Jogos Americanos com espumante colorido. O lançamento é realizado na Galeria São Paulo com a instalação “Ceia das Cores”Instala as “Sete Ondas” no no MAM -SP. Em Outubro, em sua forma gráfica, a escultura planetária “Sete Ondas” se materializa em torno da Terra no Calendário comemorativo do cinqüentenário da ONU ao lado de onze artistas de diversas nacionalidades.

  • 1996 –  Executa a série de esculturas “Labirinto de Horizonte” e realiza a instalação  “Horizontes” – Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro. Exposição individual “Light Weight” – Galeria São Paulo; “Organicus”, Berlin / Dresden; “Arcos da Lapa – Laboratoire de Sculpture Urbaine”, Rio de Janeiro; “O Único, o Mesmo, o Afundamento”, Galeria Valú Oria, São Paulo. Inicia os estudos para o Projeto Cromático e de Indicação dos Materiais de Acabamento da Estação Arcoverde do Metrô do Rio de Janeiro, realizado pela Tria Design para o Departamento de Arquitetura da Promon Engenharia, responsável pelo projeto da estação.

  • 1997 –  Projeto Cromático para reforma do Escritório do Banco Prósper, Av Paulista, SP.  Desenvolve o Projeto da Estação Arcoverde e cria um painel de piso ao longo das plataformas de embarque com mais de duzentos tipos de granitos do subsolo brasileiro. Cria e produz os troféus: “Prêmio Estação Ciência” e “Prêmio Multicultural Estadão”.

  • 1998 –  Participa com onze artistas brasileiros da Agenda Telefônica e da edição de cartões telefônicos em homenagem à Declaração Universal dos Direitos Humanos.Projeto Cromático e de indicação de Materiais de Acabamento da Estação Arcoverde do Metrô da cidade do Rio de Janeiro. O painel de piso “Embarque na Estação Terra” é complementado pelo painel de aço inox “Por dentro da Terra”. Realiza a fonte/escultura “Palácio de Cristal” na Praça Cardeal Arcoverde, Rio de Janeiro em frente à estação.

  • 1999 –  Instalação do conjunto de esculturas “Caleidoscópio”, na Estação Brás do Metrô de São Paulo. “Cotidiano/Arte”, Itaú Cultural, São Paulo. Exposição individual “Entre, a obra está aberta” na Galeria de Arte do SESI/SP, mostra visitada por 37.000 pessoas.

  • 2000 –  Projeto Cromático do Complexo Viário João Jorge Saad, São Paulo. “Rosa, Rosas”,  exposição em homenagem a Guimarães Rosa, Casa das Rosas, São Paulo.

  • 2001 –  Participação na Feira Internacional Art Chicago. Exposições individuais “Das nuvens às cores do escuro, um jogo”, na Galeria Nara Röesler, São Paulo  e  na Dan Gallery, Tókio. Projeto para Painel de Piso da Praça Dom José Gaspar, São Paulo.

  • 2002 –  Instalação do conjunto de esculturas “Parque das Cores do Escuro”, em área adjacente ao Parque Ibirapuera, São Paulo.

  • 2004 – Lançamento do livro “Amelia Toledo – As naturezas do artifício”.

  • 7 de novembro de 2017 – Amelia Toledo falece em Cotia de causas naturais aos noventa anos de idade. 

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