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João Loureiro trabalha com a materialidade das coisas já existentes, dos objetos cotidianos e de consumo, daquilo que já conhecemos e cujas representações organizamos na memória.. Diferente do ready-made de Duchamp, Loureiro não se apropria de objetos, mas os constrói do zero, emprestando suas imagens. Essas obras, esvaziadas de funcionalidade, surgem como espectros e criam uma espécie de narrativa fantástica – é como se, por meio desse procedimento, o artista evidenciasse a presença deles, tornando-os ainda mais fortes do que eram em sua existência padrão. Picolés de madeira, ar-condicionado de isopor, teia de aranha de metal – entre outros –, são apresentados de forma sintética, reduzidos à sua comunicação mais direta, como imagem, algo próximo de um ícone.

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João Loureiro works with the materiality of existing things, everyday objects and consumption, what we already know and whose representations we organize in our memory. Unlike the Duchamp ready-made, Loureiro does not own objects, but builds them from scratch , lending his images. These works, devoid of functionality, emerge as spectra and create a kind of fantastic narrative - it is as if, through this procedure, the artist evidenced their presence, making them even stronger than they were in their standard existence. Wooden popsicles, styrofoam air-conditioners, metal spider webs - among others - are presented in a synthetic way, reduced to their more direct communication, like image, something close to an icon.

Apresentamos também os multiplos da série Cheques Gigantes, 2015.

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We also present the Cheque Gigante (Giant Check) series, 2015.

Cheque Gigante - Edição 10 serigrafia em papel de algodão - Foto: Edouard Fraipont

O artista criou os Cheques gigantes baseado em modelos reais e os imprimiu em grande escala, como os que vemos em premiações esportivas.

UAU!, 2016, que dá nome à exposição, consiste em uma caixa de papelão do produto UAU! que recebe uma escultura, feita para ser encaixada no seu interior, com a forma de um creme de confeitaria, como chantilly ou suspiro; Ponto frio, 2015, faz parte de um conjunto de dez caixas de isopor, de tamanhos diversos, que têm esculpidas nos seus fundos diferentes modelos de aparelhos de ar-condicionado; Picolé Grayscale, 2012, é um picolé em madeira pintado com uma escala de cinco tons de cinza; por fim, Teia, 2011, mostra uma teia de aranha esquemática, construída em ferro chato e pintada com esmalte branco.

O convite da 55SP para que o artista realizasse uma exposição na galeria, ocorreu, principalmente, pois consideramos que a produção de João Loureiro dialoga com o projeto da 55SP, uma vez que o artista trabalha com objetos reproduzíveis em larga escala e faz parte da elaboração de seu trabalho problematizar sobre objetos cotidianos, como coloca a artista Carla Zaccagnini:

“Desde as primeiras esculturas, em que as referências conhecidas são peças de mobiliário, até as atuais pesquisas em torno da arquitetura, os trabalhos de João Loureiro partem da problematização de um repertório cotidiano para discutir questões ligadas à representação e às relações entre forma e função e, mais do que isso, entre elementos inanimados e os hábitos aos quais atendem e que também conformam”.

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The artist created the Cheques Gigantes based on real models and printed them on a large scale, like the ones we see in sports awards.

UAU !, 2016, which gives name to the exhibition, consists of a cardboard box of the product WOW! which receives a sculpture, made to be embedded inside, in the form of a confectionery cream, such as whipped cream or merengue; Ponto Frio, 2015, is part of a set of ten boxes of styrofoam, of different sizes, which have carved in their bottoms different models of air conditioners; Picolé Grayscale, 2012, is a popsicle painted in wood with a scale of five shades of gray; Finally, Web, 2011, shows a schematic spider's web, built in flat iron and painted with white enamel.

55SP's invitation to the artist to create an exhibition in the gallery occurred mainly because we believe that the production of João Loureiro dialogues with the 55SP’s project, since the artist works with large-scale reproducible objects and is part of the elaboration of his work problematizing on everyday objects, as the artist puts Carla Zaccagnini: "From the earliest sculptures, in which the known references are pieces of furniture, to the current research on architecture, the works of João Loureiro start from the problematization of a daily repertoire to discuss issues related to representation and the relations between form and function and, more than that, between inanimate elements and the habits they attend to and which they also conform. "

"From the earliest sculptures, in which the known references are pieces of furniture, to the current research on architecture, the works of João Loureiro start from the problematization of a daily repertoire to discuss issues related to representation and the relations between form and function and, more than that, between inanimate elements and the habits they attend to and which they also conform. "