SP ARTE VR 2021

 
Aquitáfoda II, 2015 - Bruno Baptistelli - foto: Ana Pigosso

Aquitáfoda II, 2015 - Bruno Baptistelli - foto: Ana Pigosso

 
 

“Em Boas Mãos”

‘Don’t touch, it’s art!’ nos advertiam os galeristas em meio a feiras tumultuadas. Certas vezes porém a atração quase magnética de algumas obras falava mais alto. Mas agora, deslizando os dedos pela tela fria de aparelhos, parece difícil estimar o quanto de contato tivemos que abrir mão.

Conviver com arte ao alcance é estar em diálogo permanente. Nos abrir para novas interpretações, descobrir novos aspectos e constantemente nos reapaixonar por determinadas particularidades. Em nossa primeira participação na SP-Arte Viewing Room, apresentamos uma seleção de obras que esperamos serem apreciadas com proximidade.

C·A·M·A é um projeto feito a muitas mãos. Uma plataforma digital e espaço expositivo localizado na cidade de São Paulo e aberto em 2021, criado e gerido coletivamente pelas galerias Kubikgallery (Porto, Portugal), Cavalo (Rio de Janeiro, Brasil), Periscópio (Belo Horizonte, Brasil), Casanova (São Paulo, Brasil) e pela editora 55SP (São Paulo, Brasil). Um terreno para relações horizontais no circuito cultural, com a intenção de debater sobre a acessibilidade e transparência do meio, a profissionalização e responsabilidades de seus indivíduos, a manutenção da memória de espaços extintos e outras conversas necessárias. Estamos animados com nosso começo e as muitas possibilidades.

Mãos à obra!

Clique para acessar o preview do Espaço C.A.M.A.

 
 

Clique para acessar o viewing room da SP Arte 2021

 
 

In good hands

Don't touch, it's art!' gallerists used to tell us at tumultuous fairs. Sometimes, however, the almost magnetic attraction of some works spoke louder. But now, sliding our fingers across the cold screen of the devices, it seems difficult to estimate how much contact we have given up.

Living with art within the reach of our hands is to be in permanent dialogue. To open ourselves to new interpretations, to discover new aspects, and to constantly fall in love with certain particularities. In our first participation in the SP-Arte Viewing Room, we present a selection of works that we hope to be appreciated on a closer look.

C-A-M-A is a project created by many hands. A digital platform and exhibition space located in the city of São Paulo and inaugurated in 2021, created and managed collectively by the galleries Kubikgallery (Porto, Portugal), Cavalo (Rio de Janeiro, Brazil), Periscópio (Belo Horizonte, Brazil), Casanova (São Paulo, Brazil) and by the publishing 55SP (São Paulo, Brazil). A place for horizontal relations in the cultural circuit, with the intention of debating about the medium's accessibility and transparency, the professionalization and responsibilities of its individuals, the maintenance of the memory of now extinct spaces, and other necessary conversations. We are excited about our debut and the many possibilities ahead. Let's get to work!


 

Aquitáfoda II, 2015 

Ed. 3 + PA

madeira, fórmica e vinil

160 x 40 x 10 cm

Bruno Baptistelli, formado em Artes Visuais pela Unicamp, utiliza diversas mídias em seu trabalho, incluindo desde a pintura, à instalações e trabalhos site-specific. A obra Aquitáfoda II, apropriou-se da linguagem visual do Metrô de São Paulo para a reapresentar no contexto da exposição Acareação (curadoria de Germano Dusha, 2015), de maneira a manejar ícones ligados a um espaço público transitório para depois inseri-lo em um âmbito privado e cuja sonoridade do título remete à fonética do tupi-guarani presente nos nomes de outras estações, como Anhangabaú, Tatuapé.

A comercialização da série Aquitáfoda  durante a SP Arte, visa também arrecadar fundos para o projeto do artista em parceria com a 55SP que acontecerá no 2o semestre no Espaço C.A.M.A.

Bruno Baptistelli, graduated in Visual Arts at Unicamp, works on multiple media, including painting, pictorial intervention in architecture, and ends up having the street environment the materials for reorganization to various aspects. The work "Aquitafoda", appropriates the visual imagery from the São Paulo Subway signs to represent in an exhibition context dealing with icons linked to a transitory public space and then inserting in a private environment. The sonority in the words from the artwork title refers to the tupi-guarani phonetics, also present in the other subway stations names, such as Anhangabaú, Tatuapé.


 

Amélia Toledo 

Glu glu, 1968-2018 

Edição 50 

Vidro, água e líquido tensoativo espumante.

28 x 16 cm

Amélia Toledo (1926-2017) foi uma escultora, pintora e desenhista. A artista parte do estudo do espaço escultórico de raiz construtiva e realiza curvaturas em elementos geométricos regulares. Edição limitada da icônica escultura em vidro e líquido tensoativo “Glu-Glu”, criada no final dos anos 60. A obra em formato de ampulheta traz em seu interior um líquido espumante e quando manuseada forma bolhas que mudam a cada nova interação. A proposta era justamente criar uma relação tátil entre corpo e a obra. O nome é uma onomatopeia do som que a água faz ao passar de uma esfera para a outra.


Amelia Toledo (1926-2017) was a sculptor, painter and designer. The artist assumes the study of sculptural space from a constructive root and performs curvatures on regular geometric elements. Limited edition of the iconic sculpture in glass and surfactant liquid "Glu-Glu" was created in the late 1960s. The hourglass-like work has a foaming liquid inside and when handled it forms bubbles that change with every new interaction. The proposal was precisely to create a tactile relationship between body and work. The name is an onomatopoeia of the sound the water makes when passing from one sphere to another.

 
 

Cópula, 2019

Ed. 20

Bordado em tela + Disco vinil 12”

32 x 32 cm

Vivian Caccuri utiliza o som como veículo para cruzar experimentos de percepção em questões relacionadas a condicionamentos históricos e sociais. Vivian já desenvolveu projetos em diversas cidades do Brasil e exterior, incluindo Amazônia, Detroit, Helsinki entre outras. Cópula, 2019 é a obra em bordado que acompanha a edição especial  de a “A Soul Transplant”, edição sonora em vinil. O vinil traz músicas compostas durante a residência no Studio Acusticum na cidade de Piteå, onde a artista trabalhou com o maior órgão da Escandinávia, em parceria com o pianista esloveno-italiano Sven Lidén. 

Vivian Caccuri uses sound as a vehicle to explore perception experiments on issues related to historical and social conditioning. Vivian has developed projects in several cities in Brazil and abroad, including Amazon, Detroit, Helsinki among others. Copula, 2019 is the embroidered work that accompanies the special edition of the "A Soul Transplant" vinyl sound edition. The vinyl features music composed during her residency at Studio Acusticum in the city of Piteå, where the artist worked with the largest organ in Scandinavia, in partnership with Slovenian-Italian pianist Sven Lidén. 

 
 

Blue Black, 2018

Off-White, 2018

Ed. 15

Serigrafia com 3 cores em papel hahnemüle museum etching 350 gsm. 

90 x 70 cm (cada)

Ricardo Alcaide é um artista venezuelano que mora em São Paulo. Suas fotografias, pinturas, esculturas e desenhos são apresentados nas formas de geometria abstratas e mostram a experiência da cidade em relação ao homem. A intenção de mostrar essas peças como serigrafia veio com a evolução das suas experiências cromáticas desde 2015. Voltada para as artes gráficas, essas obras têm o seu ponto alto com um gesto propositado e sutil de impressões fora do comum. Assim, Alcaide revela o detalhe que transporta a série atual de serigrafia com o paradoxo da (im)perfeição e precariedade. 

Ricardo Alcaide is a Venezuelan artist living in São Paulo. His photographs, paintings, sculptures and drawings are presented in the forms of abstract geometry and show the experience of the city in relation to man. The intention to show these pieces as silkscreens came with the evolution of his chromatic experiments since 2015. Focusing on the graphic arts, these works have their high point with a purposeful and subtle gesture of unusual prints. Thus Alcaide reveals the detail that carries the current serigraph series with the paradox of (im)perfection and precariousness.