+5511 RECONECTE

 
 
Série Direitos: Direito à Loucura, 2017/2020 Raphael Escobar- Foto: Produção Preta

Série Direitos: Direito à Loucura, 2017/2020 Raphael Escobar- Foto: Produção Preta

 


+5511 RECONECTE

Projeto artístico reocupa praças da periferia da cidade de São Paulo com canteiros verdes e de construção consciente, com madeira de reuso, instalações de artistas e oficinas sociais educativas e de audiovisual.

A itinerância começa no dia 27 de outubro na Praça Vila Luisa, segue em dezembro para Vila Matilde e termina em fevereiro Favela do Gato, no Bom Retiro

Com o intuito de transformar e reocupar praças da periferia da cidade de São Paulo. para que exerçam o seu papel primordial de bem-estar e de trocas culturais, o projeto Reconecte +5511 estimula o convívio de forma segura, pensando em diferentes âmbitos da quarentena flexibilizada.

O projeto, idealizado pelo coletivo de artistas negros e indígenas Produção Preta: Erick Ramos, Gabriel Rezende e Vitor Xavier, por Fernando Sapuppo, sócio do Cartel 011 e da S3P Cenografia, e Julia Morelli, produtora cultural e fundadora da plataforma de artes 55SP, apresenta canteiros verdes e de construção consciente, com madeira de reuso, faixas de empoderamento às comunidades e oficinas audiovisuais, tudo com mobiliário com lugares à distância indicada, para a segurança de todos.

O artista convidado para a primeira praça é Raphael Escobar, formado em artes visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e com forte atuação com educação não formal em contextos de vulnerabilidade social ou de disputas políticas. Tem sua pesquisa pautada pelas relações de classe, e apresenta: Direitos, uma série de faixas em que trazem as frases “Direito à Loucura“, “Direito à Preguiça” e “Direito à Inadimplência”.  A pesquisa tenta expor o incômodo das elites com as pessoas em situação de vulnerabilidade, partindo da premissa de que, historicamente, esses grupos que estão à margem da engrenagem de produção e lucro capitalistas foram enquadrados como ameaças à ordem moral vigente. “É uma proposta anterior à pandemia, mas que se encaixa perfeitamente neste momento”, diz ele.

Uma quarta faixa da série do artista será criada em parceria com o Produção Preta, que  realizará uma oficina de imersão audiovisual criada pelo coletivo para empoderar jovens de baixa renda da região da Vila Luisa, conhecida como Esmaga Sapo, utilizando o audiovisual como ferramenta de transformação social. Uma oportunidade de nesse momento sem precedentes explorar o que há ao seu redor, se reconectar ao espaço onde vivem e se permitir enxergar nesse universo uma nova possibilidade de mudanças e de futuro.

Para a praça Favela do Gato a artista convidada foi Sallisa Rosa , que apresenta a série Resistência: O facão é popularmente um símbolo de resistência, mas também de sobrevivência, porém pode ser usado para ferir, mas também para abrir caminho nas matas, é muito utilizado para trabalhos rurais e colheitas, é um tipo de utensílio dos mais antigos que existem.

Inspirada na indígena Tuíra Kayapó que em 1989 colocou um facão no rosto do presidente da Eletronorte como ato contra o impacto ambiental da construção da usina de Belo Monte no Pará, recorro a diversos outros facões que são utilizados por pessoas que conheço para marcar a cidade e que acredito que, de alguma maneira são capazes de afetar a ordem pública em diversos sentidos.

O projeto conta com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e a parceria de Ana Julia Kiss e Cidades.Co, um negócio de impacto que acredita e promove revitalizações de espaços públicos. Junto aos idealizadores do Reconecte, auxiliará na busca e capacitação de liderança comunitária, oferecendo conteúdos didáticos, oficinas práticas e mentorias para que mesmo após a itinerância do projeto, os próprios moradores possam colocar em prática seus desejos e desenvolver programas de mobilização de vizinhança e transformação do bairro.

BIOS:

Produção Preta:

O Produção Preta é um coletivo de artistas negros e indígenas. O Coletivo foi criado em junho de 2017, com o intuito de reunir artistas de diversas regiões para articular e fomentar arte independente de qual seja linguagem. O trabalho inclui performances, produções culturais e audiovisuais.

Vitor Xavier, 23 anos:

Engajado em achar soluções que valorizem a cultura afro-indígena e o encontro de alternativas que estimulem movimentos decoloniais. Com sua produção cultural, busca democratizar o acesso a arte-educação e informações relevantes sobre cultura afro-brasileira e indígena.

Erick Ramos, 23 anos,

Morador da zona Leste de São Paulo. Desde sua formação em Tv e Cinema pelo Instituto Criar, vêm realizando produções audiovisuais e culturais nas quebradas de SP. Além do seu trabalho como produtor cultural, cuida da pós produção dos outros conteúdos, exercendo sua profissão de formação. Vê na juventude a chave pro futuro, acreditando e apostando na transformação social, onde se traz e compartilha informação com os jovens mais vulneráveis para novas possibilidades e construções um futuro diferente do que lhes é esperado.

Gabriel Rezende, 24 anos

Nascido em São Paulo, atua como produtor e atendimento no mercado do audiovisual, cinema e publicidade. Além de prestar serviço para grande agências e produtoras, também é responsável por projetos sociais que tem como foco atingir pessoas em situação de vulnerabilidade.

Raphael Escobar

Formado em artes visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e pós graduando em Estudos Brasileiros: sociedade, educação e cultura pela Fundação Escola de Sociologia e Política Desde 2008 atua com educação não formal em contextos de vulnerabilidade social ou de disputas políticas, como Fundação CASA, Cracolândia e Albergues. A atuação nesses contextos servem como pesquisa e muitas vezes ativação do trabalho que desenvolve. Sua pesquisa é pautada pelas relações de classe, pretendendo dissolver uma lógica moral da sociedade em relação aos moradores de rua, usuários de droga e grupos periféricos. Deste modo, usa das instituições e do seu trabalho como ferramentas de fomento e educação, mediando os espaços de dentro e fora do circuito. Como ativadores dessa mediação, usa de estratégias educativas, substâncias psicoativas e ações de um cotidiano cultural invisibilizado e/ou marginalizado Já participou de exposições como 36º Panorama da Arte Brasileira, Museu de Arte Moderna de São Paulo (2019), Quem não Luta tá Morto, Museu de Arte do Rio (2018), São Paulo não é uma cidade: invenções do centro, SESC 24 de Maio (2017) , Metrópole: Experiência Paulistana, Pinacoteca do Estado de São Paulo (2017)X Bienal de Arquitetura de São Paulo, Centro Cultural São Paulo (São Paulo, 2013)

Sallisa Rosa

Goiânia, GO, 1986.

Vive e trabalha no Rio de Janeiro, RJ.

Sallisa Rosa atua com a arte como caminho e experiências intuitivas, ficção, identidade e natureza, sua prática circula entre fotografia e vídeo, mas também instalações e obras participativas. O trabalho de Sallisa foi destaque na exposição “Histórias feministas: artistas após 2000 no Museu de Arte Moderna de São Paulo” (MASP, 2019), “VAIVEM”, no Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro (CCBB, 2019), na Bienal do Barro, Caruaru (2019), “Estratégias do Feminino”, Farol Santander, Porto Alegre (2019), Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte (2019) e “Dja Guata Porã”, Museu de Arte do Rio de Janeiro (MAR, 2017).

Fernando Sapuppo:

Fernando Martins Sapuppo trabalha há mais de 15 anos com produção cultural no âmbito das artes plásticas, moda e design, além de ter vasta experiência na produção de eventos e cenografia. Começou sua carreira na Brasil Connects, onde colaborou na produção de grandes exposições, como os Guerreiros de Xian e Picasso na Oca. Foi sócio e diretor executivo da Agência Norte, quando coordenou a produção de eventos de grande porte como o lançamento da linha Amazonia, para a Colgate e a convenção latino-americana da Nokia para o lançamento N-series 9. Desde 2008 dedica-se à criação e execução de cenários para eventos, desfiles e exposições com sua empresa, a S3P Cenografia, tendo como clientes Claro, Hugo Boss, L'Oreal, Bradesco, Samsung, Absolut, Renner, Idéa Zarvos, Converse, Chanel, entre outros. Em 2009, concebeu e fundou o espaço Cartel 011 em São Paulo, convergindo uma estação de coworking, pioneira na cidade, com uma galeria para arte e eventos, loja multimarcas, salão de beleza, e o restaurante Feed Food. Pelo Cartel, realizou exposições de arte e fotografia contemporânea, como Multi Mídia Laborg, Coletivo Rolê - 5 Anos, Mark Gonzales, Ivan Navarro e Luz, Lucas Simões e muitos outros. Recentemente desenvolveu o projeto museográfico para a mostra "Brasilia - Meio Século da Capital Brasileira", já realizada em Madri, Lisboa, Brasília, Santiago, Nova Deli, Paris e Berlim. Assinou a direção criativa do lançamento do evento do celular GalaxyS8, desenhou a exposição MOVE _ Arte e Moda, e Cenografou o evento Conecta Imóbi.

Julia Morelli:

Julia Morelli é produtora cultural e está à frente da 55SP, projeto multidisciplinar que tem como princípio difundir a arte contemporânea, fomentando novos colecionadores e a produção artística. Pela 5SP, executa projetos que incluem diversos formatos: exposições, performances, ocupações e podem acontecer exclusivamente online, em espaços parceiros ou até mesmo em espaços comuns. Esses projetos comissionam edições de arte de diversos meios.

Em 2020, idealizou junto das artistas Marilá Dardot e Lais Myrrha e da curadora Cris Tejo o Quarantine, um modelo de re-imaginação econômica para o mercado das artes, um projeto criado para incentivar a produção e venda de trabalhos durante e de acordo com as condições de quarentena (em casa, com os materiais e instrumentos disponíveis).

Tem grande interesse na intersecção entre música e arte visual, assuntos de suas pesquisas nos últimos anos. Em 2018, correalizou junto à Casa do Povo, “Black Shabat”, com direção artística de Mauricio Ianes, um programa que abre uma nova janela para a crescente cena de música experimental e aponta para uma politização do som e dos corpos envolvidos nesta produção, desviando-a dos seus cânones tradicionais. Esteve à frente da curadoria, junto a Marcio Harum, do projeto Dissonante, que em 2017 comissionou obras em discos de vinil e expôs obras de nomes expoentes da arte, como Montez Magno, Chelpa Ferro, Dora Longo Bahia, Leticia Ramos entre outros. Dissonante também foi exibido a convite da TAL Projects no espaço do Cidadela Art District em Portugal.

 

Imagens da primeira praça, Esmaga Sapo, Vila Luisa, Zona Leste - São Paulo, moblliário de Fernando Sapuppo e instalação de Raphael Escobar

 

Artista Sallisa Rosa e a série Resistência na Favela do Gato.



Serviço:

Abertos todos os dias e gratuito nos períodos mencionados abaixo

As oficinas acontecerão em datas que serão anunciadas em breve

27 de outubro a 29 de novembro:

Vila Luisa:  Praça Padre Juan Carlo Guardiola Cep 03630200

05 de dezembro a 04 de março:

Vila Matilde: Praça Comunidade Nossa Sra. do Alivio de Ituaçu - Penha – SP

06 de março a 20 de maio:

Favela do Gato: Av. Pres. Castelo Branco, 5343-5469 - Bom Retiro – SP

Mais informações

55sp@55sp.art